A maioria dos casos de obstipação / prisão de ventre (dificuldade em defecar) é ligeira e ou transitória, melhorando com medidas simples como alterações alimentares. Outros casos, mais graves, podem ter grande impacto na qualidade de vida das pessoas e ser mais difíceis de tratar. Nestas situações é importante despistar outras doenças concomitantes, nomeadamente do foro digestivo, endócrino, neurológico ou mesmo alterações anatómicas.
A base do tratamento consiste na adopção de um estilo de vida activo e uma dieta equilibrada, nomeadamente com ingestão de líquidos e alimentos ricos em fibra.
O tratamento da obstipação envolve:
– Perceber que padrão intestinal individual é variável. Não evacuar diariamente não é sinónimo de obstipação. Considera-se que uma pessoa é obstipada quando tem menos de 3 dejecções espontâneas por semana, sensação de evacuação incompleta, fezes duras ou difíceis de expelir.
– Aumentar a ingestão de fibra. A fibra ajuda a reter água no intestino e acelera a passagem das fezes no intestino. O aumento da ingestão de fibra deve ser gradual, pois com frequência pode gerar aumento dos gases intestinais. Deve passar por uma maior ingestão de fruta (como kiwis, manga, papaia, ameixa ou figo), leguminosas, cerais integrais, sementes (como a linhaça ou o psílio) e farelos.
– Actividade física. Da mesma forma que o sedentarismo está associado à obstipação, o exercício melhora a actividade intestinal. O exercício aeróbico (como a caminhada, a corrida e a natação), idealmente 4 ou mais vezes por semana, pode ajudar a combater a obstipação.
– Respeitar a vontade de defecar. Sempre que possível deve-se aproveitar a vontade natural de defecar, sem a contrariar.
Se as medidas acima não forem suficientes, deve recorrer a uma consulta médica que poderá aconselhar:
– Rever os medicamentos em curso, pois alguns poderão contribuir para a obstipação.
– Laxantes. Os principais grupos de laxantes, para além das fibras, são os osmóticos (retêm água no intestino), estimulantes (estimulam a actividade intestinal) e os emolientes fecais (amolecem as fezes). Os laxantes osmóticos, como o macrogol, são, depois da fibra, a primeira linha no tratamento com laxantes pela sua segurança, conforto e eficácia.
– Reabilitação pélvica. Alguns tipos específicos de obstipação podem necessitar de exercícios específicos dirigidos aos músculos pélvicos.
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