O porquê da colonoscopia e como se faz?

A colonoscopia é um exame médico que permite visualizar o interior do cólon e recto (intestino grosso) utilizando um tubo fino e flexível.

A colonoscopia é um exame médico que permite visualizar o interior do cólon e recto (intestino grosso) utilizando um tubo fino (geralmente com 10 a 13mm de diâmetro) e flexível com uma minúscula câmara de vídeo na extremidade, chamado de colonoscópio.  

A colonoscopia pode ser realizada em pessoas sem qualquer sintoma para rastreio do cancro colo-rectal, para vigilância de pólipos ou outras situações. Pode também ser pedida para investigar determinados sintomas ou condições, como a hemorragia intestinal, alterações do padrão intestinal como a diarreia crónica, anemia por carência de ferro, dor abdominal, vigilância de doenças inflamatórias do intestino ou alterações do intestino detectadas em exames de imagem como a tomografia computorizada (TAC). 

O colonoscópio é introduzido através do ânus, percorrendo depois o recto e os vários segmentos do cólon. Pode ser total, quando todo intestino grosso é percorrido (do ânus ao cego) ou esquerda, quando apenas a metade esquerda do intestino é observada (recto, cólon sigmóide e cólon descendente). Uma colonoscopia total demora geralmente entre 15 a 60 minutos, sendo geralmente realizada sob sedação (anestesia) a fim de evitar o desconforto que por vezes se associa a este exame.  

Durante o procedimento o médico examina a parede do intestino grosso e procura por anomalias, como pólipos, tumores, áreas inflamadas ou ulceradas. Se necessário, pequenas amostras de tecido podem ser recolhidas através de biopsia. Permite ainda realizar diversos procedimentos terapêuticos, como a excisão de pólipos ou o tratamento de estenoses (apertos no intestino), podendo o exame ter esta indicação logo à partida ou o acto terapêutico ser decidido e realizado no decurso de um exame que se previa de diagnóstico à partida. Após um curto período de recobro (geralmente de 30 a 60 minutos) o paciente estará totalmente acordado e poderá sair, mas, como com qualquer exame sob sedação, é importante que permaneça acompanhado, pois alguns fármacos sedativos podem ter acção mais prolongada e interferir com sua a capacidade de decisão e reflexos. 

Para que o exame seja bem-sucedido, o intestino deve estar completamente limpo. Uma preparação inadequada reduz a capacidade diagnóstica da colonoscopia (prejudicando a detecção de pólipos ou o diagnóstico de outras doenças), aumenta a duração do exame, potencia riscos e pode mesmo obrigar à repetição do exame. A preparação inicia-se com uma dieta pobre em fibras nos 2 a 4 dias antes do exame (sem legumes verdes, leguminosas, sementes e cereais integrais, frutos com casca), devendo também aumentar a ingestão de água. Na véspera e / ou no próprio dia do exame, consoante o horário do mesmo, é ingerido um laxante que resulta numa diarreia intensa até sair apenas um líquido mais ou menos transparente pelo ânus. 

É um exame muito bem tolerado, mas dado implicar a manipulação do intestino e, por vezes, a colheita de biopsias ou actos terapêuticos como a remoção de pólipos, pode raramente ter complicações. A hemorragia é a complicação mais comum (cerca de 1%), sendo geralmente controlada no decurso do próprio exame ou, se tardia, pode implicar nova colonoscopia para resolução do quadro. Muito raramente (cerca de 1 em cada 10.000 exames) pode ocorrer uma perfuração do intestino, que pode também ser reparada durante a colonoscopia, mas em alguns casos pode implicar uma cirurgia ao intestino. São sinais de alerta após uma colonoscopia o desenvolvimento de dor abdominal intensa e persistente, a perda de sangue pelo ânus (sobretudo se em quantidade significativa ou persistente) ou febre. 

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