Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma doença inflamatória crónica que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus.

Doença do Crohn

A doença de Crohn é uma doença inflamatória crónica que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus; em alguns casos, pode envolver órgãos fora do sistema digestivo. Pode causar inflamação e lesões na parede intestinal, levando a sintomas como dor abdominal, diarreia, perda de sangue pelo intestino, perda de peso, fadiga e febre, entre outros. Algumas pessoas podem ter sintomas extra-intestinais como aftas orais, alterações na pele, dor articular e inflamação ocular.

A causa exacta da doença de Crohn é desconhecida, mas comporta-se como uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataca indevidamente as células saudáveis do intestino. Fatores genéticos e ambientais desempenham também um papel importante no desenvolvimento da doença.

O diagnóstico, para além da história clínica e exame físico, envolve:

  • análises laboratoriais, que podem ser feitas no sangue mas também às fezes;
  • exames de imagem, como a tomografia computorizada ou a ressonância magnética;
  • exames endoscópicos, como a colonoscopia, um exame médico que consiste na introdução de um tubo muito fino no intestino e que permite a sua visualização através de uma pequena câmara, bem como a realização de biopsias do intestino, cuja avaliação ao microscópio é importante para o diagnóstico.

O diagnóstico nem sempre é imediato, sobretudo na fase inicial da doença, podendo ser difícil de distinguir o quadro do de outras doenças como infecções intestinais ou a colite ulcerosa.

Relativamente à alimentação, alguns alimentos podem originar ou piorar os sintomas, mas o tipo de dieta depende da forma de doença de cada um. Muitas vezes as fibras, como os frutos e os vegetais, devem ser evitadas, assim como o álcool e a cafeína.  Também o tabaco deve ser evitado, pois agrava os sintomas e a probabilidade de ocorrerem complicações que possam levar a uma cirurgia; deixar de fumar não é fácil, mas a equipa médica pode ajudar! Alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, devem também ser evitados sempre que possível. 

Actualmente não há uma cura para a doença de Crohn, como também não existe para outras doenças crónicas como a hipertensão arterial ou a diabetes, mas há tratamentos que permitem o controlo e mesmo a remissão da doença em muitos casos.

O tratamento médico da doença de Crohn é actualmente muito individualizado, existindo múltiplas opções. Quase todos os tratamentos actuam na redução da inflamação através da modulação do sistema imunitário, sendo alguns os chamados tratamentos biológicos. Estes medicamentos podem ser em comprimidos, injecções que se podem fazer casa (como uma injecção de insulina) ou pela veia, implicando a ida ao hospital (em alguns casos em internamento, mas muitas vezes de forma programada apenas para fazer o tratamento – em “hospital de dia”). Alguns são usados quando os sintomas estão mais exacerbados, outros para prevenir o seu regresso. Por vezes são precisos múltiplos medicamentos em simultâneo, ou tentar vários até que o tratamento seja bem sucedido.

Em alguns casos pode ser necessária a cirurgia, como por exemplo para remover um segmento particularmente inflamado ou com muita fibrose (tecido de cicatriz), para resolver uma perfuração ou fístula do intestino.

É importante manter acompanhamento médico regular, quer para ir ajustando a medicação, quer para fazer a vigilância do intestino, pois na doença prolongada o risco de cancro do intestino pode aumentar, pelo que o rastreio periódico é fundamental.

Deve procurar o seu médico caso tenha dor abdominal intensa ou febre, vómitos recorrentes, agravamento persistente da diarreia ou com perda de sangue. Se pretender engravidar, é também importante falar com o seu médico, pois embora no geral a doença não afecte a fertilidade, alguns medicamentos podem ter de ser ajustados. A doença de Crohn exige tratamento crónico, mas com ele a maioria dos doentes consegue ter uma vida normal desde que mantenham os devidos cuidados. Pode ser um diagnóstico angustiante, pelo que é importante falar com a equipa médica quando surgem dúvidas ou se se sentir deprimido. Existem também grupos de apoio que podem ser muito úteis.

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